Foto: Band Bahia
ColunistasEsse é o Ponto, com Victor Pinto

Uma eleição puxa a outra

Para nós, jornalistas especializados em política e também para os atores principais do Teatro Político, o fim de uma eleição é vitrine e caminho aberto para a próxima. A campanha de 2024 é logo ali e há quem duvide. Ao ler este artigo, hoje, saiba que faltam 693 dias para as eleições municipais e prefeitos e as conhecidas bandas B (a oposição) já estão em polvorosa com o futuro das suas campanhas.

Não só o interior está com esse sentimento, mas Salvador também é uma cidade que pulsa essa movimentação. Desde o fim do segundo turno das eleições gerais já se pensa nas peças do tabuleiro dessa partida futura.

Dois quadros importantes cotados para o jogo se colocaram como cartas fora do baralho soteropolitano. Primeiro o governador Rui Costa (PT), cotado a ministro de Lula. Nada o impediria de fazer história e tentar ser o primeiro prefeito do PT na capital. Já descartou. Disse que não é candidato. Até porque o último ex-governador que tentou, perdeu: César Borges em 2008.

Outro cotado a voltar foi ACM Neto (UB). Derrotado nas urnas, sem ter noção do futuro político da liderança da oposição estadual, estava cotado para regressar ao Palácio Thomé de Souza. Assim como o adversário petista, já disse, categoricamente, que não é candidato em 24 e vai apoiar a reeleição de Bruno Reis (UB), com todas as credenciais para ir a campo.

Ou seja, novos nomes devem surgir na futura empreitada, entre eles o do vice-governador eleito Geraldo Júnior (MDB), que sonha em ser prefeito da capital e não esconde isso de ninguém. O desenho atual é esse, um duelo de Bruno Reis e Geraldo, e quem viver verá. Mas o PT, que não tem costume de abrir cabeça de chapa para ninguém, tem como quadro importante Vilma Reis (PT), dona de uma votação considerável na capital na disputa por uma cadeira em Brasília, apesar de não ter sido eleita.

Em Feira de Santana, a capital do interior, não está diferente. Nas especulações, como sempre, o nome de Zé Neto (PT) está posto na oposição, somado ao quadro de Beto Tourinho e Angelo Almeida, ambos do PSB, e Fernando Torres, do PSD. Na seara governista, Colbert (MDB), muito queimado junto à opinião pública, deve ficar isolado. O campo situacionista coloca como certa a veiculação do jingle “Volta Zé Ronaldo”, mas outros nomes orbitam esse quadro.

Já estão abertas as temporadas de acomodações, especulações e conversas de alianças vindouras e reposicionamentos partidários. Quem quiser ser candidato em 2026, precisa, necessariamente, garantir bases agora, em 2024, principalmente os que necessitam das cadeiras das Casas Legislativas. A linha do novelo da história não para de ser puxada e a política está nesse bojo.

  • Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba; especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da UCSAL. Atualmente é comentarista de política e apresentador na Band Bahia e BandNews FM. Também é colunista do Band Notícias BA e do jornal Tribuna da Bahia. Twitter/Instagram: @victordojornal
por Victor Pinto