Foto: Band Bahia
ColunistasEsse é o Ponto, com Victor Pinto

Soteropolitano de fato e de direito

Esta segunda-feira (7) é um dia importante da minha trajetória. Oficialmente me torno Cidadão Soteropolitano, quando recebo da Câmara essa honraria que muito me orgulha. Obrigado à vereadora Roberta Caires pela indicação e toda a Casa pela aprovação unânime.

“Eu vim de lá do interior…”, assim Padre Zezinho começa uma canção muito conhecida pela igreja católica, que eu ouvia desde pequeno, mas começou a fazer muito mais sentido pra mim a partir de 2010. Foi naquele ano, já com 18 anos, que deixei o conforto da Rua Dionísio Pinto, no bairro dos Barreiros, da minha querida Conceição do Coité, e cheguei para desbravar o local chamado por mim de selva de pedra. Tem uma frase de Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, que me chamou atenção desde quando li: “se o ar não se movimenta, não tem vento; se a gente não se movimenta, não tem vida”. Eu comecei a minha grande movimentação. Venho, em Salvador, fixar minha morada em Brotas, meu glorioso e querido bairro.

Salvador que muito só vi por meio da televisão, das fotos, distante 220 km de chão. Meu primeiro contato com a capital foi nos idos de 99/2000 numa excursão da Escolinha Kimimo. Lembro muito dessa visita. Naquela época em que ainda tinha aquele relógio que contava os dias para os 500 anos do Brasil instalado em frente ao Farol da Barra. Outras vezes as visitas eram para tratar questões de saúde, depois visitas esporádicas de algumas férias ou eventos em que sempre fiz questão de participar, a exemplo das conferências sobre temas sociais na época do então governo Jaques Wagner.

Comecei no jornalismo desde criança. Primeiro o jornalismo da brincadeira. Apresentar o jornal na casa de minha tia, com poucos anos de idade, na rua Duque, em Coité. Depois veio o jornalismo amador. A criação de um jornal impresso que circulava pelos muros do colégio Polivalente de Coité e depois ganhou as ruas da cidade. O Polivalente muito me fez como cidadão e tenho orgulho de dizer que sou filho da escola pública deste Estado. Ingressei na quinta série e de lá só saí no terceiro ano do Ensino Médio com o passaporte que me fez chegar aqui em Salvador: a aprovação em jornalismo na UFBA. Um sonho realizado.

2010. Perrengues e mais perrengues. Moradia, deslocamento, cuidar da minha vida com independência. O dinheiro contado das passagens, das apostilas, da alimentação, do ingresso do cinema no fim de semana. Foram muitas maratonas correndo atrás do antigo busu Daniel Lisboa / Barra para chegar a tempo na Faculdade de Comunicação em Ondina e também para voltar para casa. Ou correr para pegar o busu com mochilas, sacolas, malas, atravessar a antiga passarela do Iguatemi para chegar à rodoviária e pegar o ônibus da São Martírio, apelido carinhoso da São Matheus e regressar alguns fins de semana para o solo coiteense e no fim do domingo voltar pra capital. Foram muitas idas e vindas e continuam. Como Malu Fontes bem expressava em sala de aula: “Victor sai de Coité, mas Coité não sai de Victor”.

Eu fui me apaixonando por Salvador aos poucos. Salvador carrega uma energia muito forte. Um aspecto religioso muito peculiar. Uma mistura, com uma linha tênue entre Sagrado e o Profano. Aqui é um local de oportunidades. Aqui é um local de oportunidades boas, excelentes, mas cabe o cuidado. Diante do lado bom e do lado mau da força, cabe a você, com discernimento, pé no chão e fé escolher o caminho que vai trilhar.

O meu percurso no jornalismo, principalmente no jornalismo soteropolitano, cobrindo a política, me fez chegar até o Plenário Cosme de Farias, o mesmo da oferta do título. Ainda repórter da Tribuna da Bahia, cavei pautas, matérias, furos jornalísticos ou a fofoca da política. Depois os caminhos que me levavam para a Assembleia Legislativa, outro local que digo é meu habitat natural, à prefeitura, à governadoria, às redações, aos eventos políticos, aos eventos institucionais, que muitas vezes me fizeram conhecer um outro lado de Salvador, na cidade baixa, no subúrbio, em alguns pontos da periferia.

Agradeço a Deus pela saúde, a minha família, aos amigos queridos, aos colegas e aos vários lugares que me acolheram e me acolhem nessa jornada da comunicação, como a rádio Excelsior, a Itapoan FM, Piatã FM, Cremeb, Record Bahia, rádio Câmara, BNews, também a Band Bahia. Todos locais onde puder colocar em prática a minha vocação do jornalismo, principalmente, comunicando para o povo. Estou muito feliz! Soteropolitano de fato e de direito na terra do Senhor do Bonfim, de Oxalá, de Santa Dulce dos Pobres. Axé!

  • Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba; especialista em gestão de empresas em radiodifusão e formado em Direito pela UCSAL. Atualmente é comentarista de política e apresentador na Band Bahia e BandNews FM. Também é colunista do Band Notícias BA e do jornal Tribuna da Bahia. Twitter/Instagram: @victordojornal
por Victor Pinto