Foto: Band Bahia
ColunistasEsse é o Ponto, com Victor Pinto

Polarização deve dar o tom mais uma vez da eleição na Suíça baiana

O tabuleiro de Vitória da Conquista começa a se movimentar para 2024. Qualquer jogada é vista com atenção, pois se trata da terceira maior cidade do Estado e é uma perna do tripé de qualquer candidatura futura para o governo, por exemplo. As bases netistas e petistas que o digam…

A prefeita Sheila Lemos, do União Brasil, ungida ao poder após o falecimento de Herzem Gusmão, se articula pela reeleição. Na base petista e principal oposição, o nome do veterano deputado federal Waldenor Pereira (PT) está consolidado, mesmo após uma ferrenha discussão interna por renovação.

Nas últimas semanas surgiu a “terceira via”. O MDB lançou o nome da vereadora Lúcia Rocha, ex-presidente da Câmara, como pré-candidata a prefeita. A grande interrogação é até que ponto essa candidatura vai vingar. Se Lúcia, de fato, fica entre os dois polos e hoje tem a possibilidade de pender o resultado da eleição.

Sheila fez acenos ao MDB, que não retornou. Os emedebistas, porém, teriam demonstrado a vontade de ter Waldenor na vice, algo quase impossível, visto que o PT, um partido que ama receber apoio, mas odeia apoiar, não vai recuar com o nome do deputado.

A chance de diálogo entre esses dois polos (PT e MDB) é maior, principalmente por causa do alinhamento estadual, o que complicaria um pouco mais a vida de Sheila. Até então, muitas especulações, tudo que um político que quer negociar gosta, mas no fundo no fundo, Lúcia e o MDB estão mais de olho em 2026 nas cadeiras futuras na Assembleia Legislativa e Câmara Federal. Quem der as melhores condições, leva.

Está evidente que apesar dessa “terceira via”, para mim um balão de ensaio, a polarização entre o petismo e o antipetismo deve dominar, mais uma vez, a disputa eleitoral da Suíça baiana no próximo ano. A candidata de ACM Neto (UB) contra o candidato de Jerônimo Rodrigues (PT).

Durante as conversas com as fontes e apurações na cidade, nos últimos dias quando lá estive hospedado, percebi que apesar de não possuir uma administração não tão bem avaliada, Sheila tem tempo para reverter o cenário eleitoral e se tornar mais competitiva. Além de tentar neutralizar qualquer influência lulista em solo local, a empresária vai precisar mapear e ter como aliado o PL de Bolsonaro, que na Bahia está com João Roma. Ofensivas devem ser feitas nesse sentido, apesar de alguns filiados do PL defenderem candidatura própria, e nomes locais já se arvoram para isso.

Na conjuntura da formação da chapa, tendo o MDB sinalizado pelo lado petista, Sheila estaria em busca de um outsider do campo empresarial. Esses caminhos podem ser cruciais, além do já mencionado ajuste na administração. A prefeita, pelo que percebo, precisa ser mais ela, parar de ser tão blindada e correr por fora da sombra de Herzem que ainda a cerca.

A eleição do ano que vem na principal cidade o sudoeste vai ser boa.

  • Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba; especialista em gestão de empresas em radiodifusão e formado em Direito pela UCSAL. Atualmente é comentarista de política e apresentador na Band Bahia e BandNews FM. Também é colunista do Band Notícias BA e do jornal Tribuna da Bahia. Twitter/Instagram: @victordojornal
por Victor Pinto