Presidente da OAB acionará STF contra “omissão de dados” nos boletins da covid
Após os últimos boletins da semana da covid-19 do Ministério da Saúde do governo Bolsonaro, e a metodologia da contagem de óbitos e infectados do novo coronavírus no Brasil nesta segunda -feira (8), o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, disse que contestará ao Supremo Tribunal Federal (STF) a omissão das informações da pandemia.
Santa Cruz disse em rede social que “os dados estão sendo manipulados diariamente para dificultar a interpretação”. “É uma ocultação proposital, injustificada e danosa”, afirma.
Felipe ressaltou ainda que a “OAB irá ao STF, contra a omissão de dados sobre a pandemia, por parte do governo federal. “O governo e o Covid trabalhando lado a lado contra o país”, concluiu.
Nesta segunda-feira (8), o Ministério da Saúde explicou a divergência nos números de casos e mortos pela Covid-19 no último domingo. Segundo a pasta, foram corrigidas duplicações nos dados divulgados, e informou ainda que o Brasil registrou 18.912 casos e 525 mortes pelo novo coronavírus de sábado para domingo.
O número total de pessoas infectadas no país era de 691.758, com 36.455 vítimas fatais, e destacou que as situações do estado de Roraima e do Ceará, que tiveram os números revisados. Outra situação corrigida foi em relação ao número de casos confirmados no Ceará, que passou de 62.303 para 64.271 após atualização.
Na noite de domingo (7), cerca de uma hora depois de divulgar que o país havia registrado 1.382 mortes e 12.581 casos em 24 horas, o ministério alterou a informação, de que foram 525 mortos e 18.912 casos no período.
Na justificativa do procedimento, o MPF destacou a transparência “como regra a ser adotada pelo poder público”, e ressaltou o artigo quinto da Constituição, que assegura “o acesso à informação”.
Em nota, o ministério da Saúde havia defendido que a divulgação dos dados das últimas 24 horas permitiria “acompanhar a realidade do país neste momento e definir estratégias adequadas para o atendimento a população”.
