Ferry-boat é afundado para fomentar o turismo de mergulho em Salvador
O ferry-boat Juracy Magalhães Jr., que operou por quase 46 anos na travessia Salvador-Itaparica, foi afundado de forma controlada, na sexta-feira (21), para a criação de um recife artificial marinho no Rio Vermelho, em Salvador. A iniciativa da Secretaria do Turismo do Estado (Setur-BA) visa o incentivo ao turismo náutico e de mergulho na capital baiana. A ação contou, ainda, com a parceria do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e da Marinha do Brasil.
Cerca de nove embarcações já foram naufragadas em áreas próximas à costa de Salvador e na Baía de Todos-os-Santos. Segundo o secretário estadual de Turismo, Maurício Bacelar, com o turismo de mergulho é possível conhecer a história da cidade, através do contexto de naufrágio de cada embarcação.
A embarcação tem aproximadamente 800 toneladas e 71 metros de comprimento. A estrutura foi afundada a quatro quilômetros da costa e a 30 metros de profundidade na região do Largo da Mariquita. À frente de uma empresa de mergulho, Tania Corrêa conta como a experiência com o ferryboat Agenor Gordilho, primeiro afundado de forma planejada pelo Estado, em 2020, tem repercutido no turismo náutico.
Conforme a Setur-BA, os segmentos náutico e de mergulho têm se consolidado no turismo. Desde a última ação, ocorreu aumento de cerca de 435% na procura por atividades de mergulho, em comparação com a temporada anterior à pandemia.
Cuidado ambiental
A estrutura naufragada servirá como habitat para diversas espécies marinhas e favorecerá estudos científicos, que estão sendo realizados pelo governo baiano desde os primeiros afundamentos controlados do ferry Agenor Gordilho e de um navio de reboque, realizados em novembro de 2020.
O ferry Juracy Magalhães Jr. começou a operar em 5 de dezembro de 1972, realizando a travessia Salvador-Itaparica, até ser retirado de circulação em 16 de novembro de 2018.